Creio que não existe ninguém que, tendo o hábito bom de ler e frequentar livrarias, não se tenha deparado ainda com oque se costuma chamar autor independente, abnegado e otimista trabalhador da escrita, dotado sempre de pétrea convicção e indômita força interior, o qual aposta todas as fichas na fé em si próprio e espera contra toda esperança, fiado na capacidade inequívoca de a palavra – a sua palavra – fazer-se faísca, incandescer e fazer do mundo uma labareda universal.
Estou falando de José Carlos Castro Sanches, autor deste livro, intitulado “A Vida é um Sopro!”, se os/as leitores/leitoras atentaram ao que pretendo significar desde o começo. Trata-se de um perfeito exemplar do homem conduzido pela compulsão da escrita, que não resiste a levar a público a pletora de suas criações inquietas – crônicas, versos, ficções – e mostra uma graciosa facilidade de dizer com a palavra. Ele sente prazer nisso – conforme prazerosamente o declara, sendo capaz de escrever até em um leito de hospital – e seus leitores sentem prazer em sua produção, bem como o conhecem e admiram, pois já vai a mais de meia-dúzia os livros de que o meu amigo é autor. Autor de um público cativo, que, tenho certeza, ao girar a última página de uma criação sua, fica a esperar pela próxima, que lhe traga a intimidade de seus “pensamentos, sonhos, devaneios, alegrias, tristezas, mágoas, desejos, frustrações”, e o que mais sirva para o conhecimento de um sujeito que condivide com todos o esforço de, como todos, revelar-se re-velando-se.
Oque um autor não pode deixar de revelar é o seu cabedal de leituras. Desejo muito que estas páginas de José Carlos Castro Sanches, dando a conhecer os autores que ele cultiva, levem seus leitores a também conhecê-los por sua própria leitura, e, assim, ateada a labareda da palavra, seja o mundo mais iluminado, em sua verdade e beleza inalcançáveis.
Convido você, querido leitor, a desfrutar dos ensinamentos, lições e experiências de vida compartilhados neste compêndio de valor inestimável, obra-prima de literatura brasileira que ora se apresenta como referência para aqueles que buscam o encanto da crônica. Boa leitura e reflexão!