ODAIR MANZANO

Eu nasci lá no sertão bem longe da capital
Fui criado na lavoura era um serviço brutal
Naquele sol escaldante que até fazia mal
Mas quando a noite chegava feliz a gente escutava
Quando a viola repicava lá na Rádio Nacional

Eu sonhava ser um dia violeiro e compositor
Ou que ao menos eu seria um bom apresentador
Entre sonho e fantasia hoje sou um locutor
Alcançando essa conquista sendo então um radialista
Dos velhos e bons artistas a saudade é um terror

Já não cantam mais na terra estão morando no céu
Zilo e Zalo, Zico e Zéca, Leoncio e Leonel
O Cascatinha e Inhana, Irmãs Castro, Liu e Léu
Também Vadico e Vidoco, o Tonico e Tinoco
Os reis do Brasil Caboclo donos do maior troféu

Que saudade dos violeiros Moreno e Moreninho
Bate Pé e Catireiro, Riachão e Riachinho
Sulino e Marrueiro, o Jacó e Jacozinho
Também Praião e Prainha, o Silveira e Barrinha
Vieira e Vieirinha, Tião Carreiro e Pardinho

Raul Torres e Florêncio, Alvarenga e Ranchinho
Zé Fortuna e Pitangueira, Zé Carreiro e Carreirinho
Caçula e Marinheiro, Serrinha e Caboclinho
Eli Silva e Zé Goiâno, João Mineiro e Marciano
Carlos César e Cristiano, o Nenete e Dorinho

Relembro os Irmãos Divino João e Laurípes Pedroso
Também Souza e Monteiro, o Brinquinho e Brioso
Nosso mundo sertanejo relicário majestoso
Sempre foi grande atração no rádio e televisão
Com a madrinha do sertão, a Inezita Barroso.